segunda-feira, 29 de junho de 2009

Marcha da Família com Deus pela Liberdade


Em 13 de Março de 1964, o então presidente da república João Goulart, ou Jango como era conhecido, reuniu na Central do Brasil, Centro do Rio de Janeiro, aproximadamente 150 mil pessoas entre sindicalistas, organizações de trabalhadores, servidores públicos, militares, estudantes, entre outros. Seu interesse era apresentar a decisão do governo federal de implementar reformas que anteriormente foram bloqueadas pelo congresso, como a reforma agrária, bancária, administrativa, universitária e eleitoral. Jango, havia conseguido naquela ocasião a desaprovação e oposição dos setores dominantes do país ao convocar as massas para implementar tais reformas. Essa atitude de Jango, faz com que os seguimentos conservadores da sociedade Brasileira, utilizassem contra ele um discurso anticomunista. Movimentos de mulheres ligadas à Igreja assim como vários seguimentos do clero, foram as ruas em apoio à uma burguesia conservadora, e contra um presidente que se mostrava contra os interesses maiores dos donos de terras, principalmente. A primeira dessas demonstrações de não aceitação das ideias de Jango, e em defesa da burguesia brasileira, aconteceu no dia 19 de março de 1964, em São Paulo, dia de São José, padroeiro da Família. Ela levou às ruas 500 mil pessoas. Em 2 de abril, a “Marcha da Família com Deus pela Liberdade”, agora denominada “Marcha da Vitória”, levou às ruas do Rio de Janeiro um milhão de pessoas, que receberam os militares do "Golpe de 64" de braços abertos, como a proteção da família... Ou seria de seus bens, da "ameaça" vermelha, o comunismo. Em O catolicismo brasileiro em época de transição, Thomas Bruneau destaca os fatores políticos que causaram grandes transformações na Igreja no Brasil. “O papel da Igreja no golpe, como fenômeno político, foi limitado. [...] havia algo menos do que completa unanimidade dentro da Igreja a respeito do seu papel na mudança social, e isto levou a crise que se tornaram sérias depois do golpe. Um testemunho dramático dessa falta de unidade foi a série de “Marchas do Rosário” [...] ao que me parece as “Marchas do Rosário foram um importante estímulo para a intervenção militar, pois eram uma prova de que as senhoras católicas do Brasil estavam saturadas do governo de João Goulart “. (BRUNEAU, 1974, p. 213). A falta de unanimidade se dava porque enquanto um grupo da Igreja Católica se posicionava conservadoramente, a favor da classe burguesa, o outro estava engajado em projetos pela transformação da sociedade influenciado pelas novas posições que a Igreja tomava frente as desigualdades e injustiças socias.

Fontes:

3 comentários:

  1. Ao lado da Igreja Conservadora, havia os movimentos JEC, JOC, JUC (juventudes estudantis, operárias e universitárias, católicas). Aqui em Belo Horizonte, os dominicanos sempre apoiaram a UNE e a UBES, cedendo inclusive seus mosteiros para a realização de congressos. A AP, Ação Popular surgiu de correntes católicas que participavam dos movimentos populares.

    ResponderExcluir
  2. Que mal exemplo deram os dominicanos apoiando a UNE!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

    ResponderExcluir
  3. Mais um potente golpe da Maçonaria, que dissemina o seu poder rastejante nas instituições, militares,religiosas e publicas, etc.
    Foi através do maçom Auro de Moura que reuniu o congresso em 20 minutos de madrugada para anunciar a renuncia de Jango e declarar vaga a presidência, com o apoio dos Generais maçons da época.
    Assim também se deu a farsa da macha da família, liderada pela casta da elite da época recheada de "pedreiros livres". A maçonaria brasileira obedece cegamente a americana, é por isso que somos colonia de exploração dos EUA.
    O grão mestre da loja maçônica a qual pertencia D. Pedro II (José B. de A. e Silva) fez um acordo na época que prejudicou financeiramente o Brasil, mas é o unico brasileiro que tem uma estatua em sua homenagem fora deste pobre e explorado país.

    ResponderExcluir