quinta-feira, 9 de julho de 2009

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Deus Lhe Pague!!!!!!!!!!!!!!

Deus Lhe Pague

Chico Buarque

Composição: Chico Buarque

Por esse pão pra comer, por esse chão pra dormir
A certidão pra nascer, e a concessão pra sorrir
Por me deixar respirar, por me deixar existir
Deus lhe pague

Pelo prazer de chorar e pelo "estamos aí"
Pela piada no bar e o futebol pra aplaudir
Um crime pra comentar e um samba pra distrair
Deus lhe pague

Por essa praia, essa saia, pelas mulheres daqui
O amor malfeito depressa, fazer a barba e partir
Pelo domingo que é lindo, novela, missa e gibi
Deus lhe pague

Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir
Pela fumaça, desgraça, que a gente tem que tossir
Pelos andaimes, pingentes, que a gente tem que cair
Deus lhe pague

Por mais um dia, agonia, pra suportar e assistir
Pelo rangido dos dentes, pela cidade a zunir
E pelo grito demente que nos ajuda a fugir
Deus lhe pague

Pela mulher carpideira pra nos louvar e cuspir
E pelas moscas-bicheiras a nos beijar e cobrir
E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir
Deus lhe pague

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Marcha da Família com Deus pela Liberdade


Em 13 de Março de 1964, o então presidente da república João Goulart, ou Jango como era conhecido, reuniu na Central do Brasil, Centro do Rio de Janeiro, aproximadamente 150 mil pessoas entre sindicalistas, organizações de trabalhadores, servidores públicos, militares, estudantes, entre outros. Seu interesse era apresentar a decisão do governo federal de implementar reformas que anteriormente foram bloqueadas pelo congresso, como a reforma agrária, bancária, administrativa, universitária e eleitoral. Jango, havia conseguido naquela ocasião a desaprovação e oposição dos setores dominantes do país ao convocar as massas para implementar tais reformas. Essa atitude de Jango, faz com que os seguimentos conservadores da sociedade Brasileira, utilizassem contra ele um discurso anticomunista. Movimentos de mulheres ligadas à Igreja assim como vários seguimentos do clero, foram as ruas em apoio à uma burguesia conservadora, e contra um presidente que se mostrava contra os interesses maiores dos donos de terras, principalmente. A primeira dessas demonstrações de não aceitação das ideias de Jango, e em defesa da burguesia brasileira, aconteceu no dia 19 de março de 1964, em São Paulo, dia de São José, padroeiro da Família. Ela levou às ruas 500 mil pessoas. Em 2 de abril, a “Marcha da Família com Deus pela Liberdade”, agora denominada “Marcha da Vitória”, levou às ruas do Rio de Janeiro um milhão de pessoas, que receberam os militares do "Golpe de 64" de braços abertos, como a proteção da família... Ou seria de seus bens, da "ameaça" vermelha, o comunismo. Em O catolicismo brasileiro em época de transição, Thomas Bruneau destaca os fatores políticos que causaram grandes transformações na Igreja no Brasil. “O papel da Igreja no golpe, como fenômeno político, foi limitado. [...] havia algo menos do que completa unanimidade dentro da Igreja a respeito do seu papel na mudança social, e isto levou a crise que se tornaram sérias depois do golpe. Um testemunho dramático dessa falta de unidade foi a série de “Marchas do Rosário” [...] ao que me parece as “Marchas do Rosário foram um importante estímulo para a intervenção militar, pois eram uma prova de que as senhoras católicas do Brasil estavam saturadas do governo de João Goulart “. (BRUNEAU, 1974, p. 213). A falta de unanimidade se dava porque enquanto um grupo da Igreja Católica se posicionava conservadoramente, a favor da classe burguesa, o outro estava engajado em projetos pela transformação da sociedade influenciado pelas novas posições que a Igreja tomava frente as desigualdades e injustiças socias.

Fontes:

Teologia da Libertação

Após o Concílio do Vaticano II, acontece a 2ª Conferência do Episcopado Latino Americano que também influenciou, dentro do contexto latino americano, o desenvolvimento da Teoria da Libertação. A partir da déc. 70, a teoria da Libertação começa a se desenvolver principalmente na América Latina, onde estava em destaque a Teoria da Dependência que possui inspiração marxista.
A Teologia da Libertação tem como ponto de partida uma reflexão sa situação de pobreza à luz da fé cristã e não só materialmente.
Os membros da Igreja, ligados à Teologia da Libertação convocam o povo cristão a uma ação política para a consttução de uma sociedade mais justa e solidária. Existe forte influência dos ideais da Teoria da Dependência, que conforme citado anteriormente possui fortes traços marxistas. Dentro dessa concepção os problemas sociais seriam consequência da conjuntura social e econômica que se apresenta injusta para com os mais pobres.
Dentro dessa concepção, os teólogos entendem o pobre como sujeito de sua própria transformação, não como objeto de caridade.


Fontes:



Concílio do Vaticano II

Em 25/12/1961, a alta cúpula da Igreja Católica se reuniu no que ficou conhecido como Concílio do Vaticano II seu objetivo maior era "promover o incremento da fé católica e uma saudável renovação dos costumes do povo cristão, e adaptar a disciplina eclesiástica às condições de seu tempo".
As principais ações colocadas em prática após o Concílio foram as mudanças na missa, que passou a ser celebrada na língua do país de origem dos fiéis, além de ter aumentada a tolerância com relação aos não cristãos.
Essas novas ações vão influênciar o nascimento da Teologia da Libertação.


Fontes:


sexta-feira, 19 de junho de 2009

Dom Hélder Camara


Dom Hélder nasceu em Fortaleza no dia 7 de fevereiro de 1909. Era o décimo-primeiro filho de uma família de 13 filhos, dos quais somente oito conseguiram sobreviver. Os outros irmãos de Dom Hélder morreram vitimados por um epidemia de gripe que assolou a região no ano de 1905.

No ano de 1923, Dom Hélder ingressa no Seminário Diocesano de Fortaleza, onde faz os cursos preparatórios e depois filosofia e teologia.
Juntamente com dois outros amigos, Dom Hélder fundou, em 1931, a Legião Cearense do Trabalho. Dois anos depois, juntamente com lavadeiras, passadeiras e empregadas domésticas, Dom Hélder criou a Sindicalização Operária Feminina Católica.
Graças ao seu empenho como educador, Dom Hélder Câmara se tornou uma espécie de Secretário da Educação do Estado do Ceará e, assim, contribuiu de maneira decisiva para a reforma do método de ensino e melhor desenvolvimento da educação pública do Ceará. Dom Hélder Câmara é eleito bispo, isso aconteceu no dia 20 de abril de 1952. Nessa época, com a CNBB já implantada, dom Hélder ajuda também a criar o Conselho Episcopal Latino-Americano.

Irrequieto, idealizador, combativo e revolucionário, Dom Hélder desempenhou durante a vida papéis importantes nas mudanças sociais do país. Fundou em 1956 a Cruzada São Sebastião, no Rio, destinada a atender os favelados. Em 59, fundou o Banco da Previdência, cuja atuação se desenvolve especificamente na faixa da miséria. Foi membro do Conselho Supremo de Migração, padre conciliar no Concílio Vaticano II e era conhecido no mundo todo pelo seu trabalho junto à pobreza.
Em Pernambuco foi nomeado em março de 64 Arcebispo de Olinda e Recife e assumiu no dia 12 de abril de 1964, estabelecendo em Recife claro foco de resistência ao golpe militar, pela sua visão social.
Em Recife criou o Governo Colegiado; a organização dos setores pastorais; fundou o Banco da Previdência; criou o Movimento Encontro de Irmãos, e criou também a Comissão de Justiça e Paz.
Para evitar a deterioração da imagem do governo militar perante a sociedade era comum os meios da imprensa
divulgarem casos de atropelamentos, suicídios, tentativa de fuga e principalmente o
desaparecimento de presos.
A Igreja passou a criticar sistematicamente a prática de tortura exercida pelo regime
militar: “O concílio do Vaticano II (1963-1965), em sua Constituição Graudium et Spes, declara
que “tudo o que viola a integridade da pessoa humana, como as mutilações, as torturas físicas ou
morais e as tentativas de dominação psicológica, são efetivamente dignas de censura, [...]”
(BRASIL; NUNCA MAIS, 1985, p. 290). Seguindo a orientação do Papa João XXIII, os
católicos brasileiros se posicionam firmemente contra Estado opressor.
O período que vai de 1968-1975, representa o auge no conflito entre o Estado militar e
os membros da Igreja Católica. O general Médici no final do seu governo e seu sucessor na
presidência do Brasil, Ernesto Geisel, procuram retomar o diálogo com o clero, o que contribuiu
para o estreitamento das relações entre os militares e os católicos, além disso, outro fator que
contribuiu para amenizar o confronto foi à nova linha política adotada por Geisel. Numa tentativa
de recuperar o prestígio do regime, tem-se início um período de cadenciadas medidas de abertura política.